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Foto do escritorAlexandra Luz

Ainda sobre os Cuidados Paliativos Pediátricos...

Na passada sexta-feira, dia 12, no "dicas da pediatra" abordamos os Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP), um tema que causou ( e ainda bem) um forte interesse dos pais e profissionais nesta área porventura ainda um pouco esquecida.

Nesta sequência, o "dicas da pediatra" teve a colaboração da Drª Cândida Cancelinha, que como é referido é Pediatra e Coordenadora da Equipa de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátricos –

Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Aqui fica o texto extramente esclarecedor que a Drª Cândida escreveu, e que serviu de base ao folheto publicado. Um grande agradecimento a todos os que trabalham diariamente nesta e em todas as áreas que visam melhorar os cuidados de saúde prestados às crianças, adolescentes e famílias.

"Cuidados Paliativos Pediátricos – o que são e a quem se destinam?


Os Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP) são cuidados prestados por profissionais especializados (médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, entre outros) e destinam-se a crianças e adolescentes com doenças crónicas complexas, limitantes ou ameaçadoras de vida. Visam, sobretudo, a melhoria da qualidade de vida da criança e família, ou seus cuidadores, através do controlo dos sintomas causados pela doença ou das suas complicações, e do alívio do sofrimento psicológico, social e espiritual associado a estas condições. Não descurando as particularidades da doença, os CPP focam-se sobretudo nas necessidades da criança doente e da sua família.

Podem iniciar-se em qualquer idade, inclusivamente antes do nascimento, e em qualquer fase da doença devendo, idealmente, começar no diagnóstico e ser contínuos, independentemente de a criança receber, ou não, tratamento dirigido à doença.

De entre os grupos recetores, incluem-se crianças com doenças neurológicas, metabólicas, oncológicas, genéticas, cardiovasculares, renais e gastrointestinais, algumas das quais são muito raras. Além disso, estas crianças podem apresentar dependência de equipamentos e tecnologia, como ventilador, oxigénio, dispositivos para alimentação, cateteres, entre muitos outros.

Além de incluírem o acompanhamento de crianças e adolescentes que possam estar em situação de fim de vida ou de famílias em processo de luto (pais, irmãos, avós, entre outros), são uma área de cuidados muito mais abrangente, transversal a várias fases da evolução da doença, prolongando-se a assistência durante vários anos em muitos casos. Algumas das crianças e adolescentes acompanhados podem ter, inclusivamente, alta ou transitar para serviços de adultos.

Os CPP centram-se nas necessidades e preferências da criança e da família e envolvem, não apenas, as equipas hospitalares, como os cuidados de saúde primários, as escolas, instituições de solidariedade social, entre outras estruturas da comunidade, sem esquecer o importante papel do voluntariado.


Em Portugal existem já 6 equipas intra-hospitalares de CPP, no Porto, Coimbra e Lisboa (https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2021/01/EIHSCP-Pediatricas_Portal_30112020.pdf) e outras em processo de constituição, em vários serviços de Pediatria.

Em caso de necessidade, as próprias famílias podem informar-se junto da sua equipa assistente sobre de que forma pode ser feita a referenciação a uma equipa de CPP. Esta referenciação não implica que deixará de ter acompanhamento pelas restantes especialidades, mas antes, que esse acompanhamento passa a ser feito de forma coordenada e articulada entre os diferentes profissionais. "

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