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Foto do escritorAlexandra Luz

O desenvolvimento do recém-nascido


O momento em que nasce um bebé é, tradicionalmente, um momento de grande felicidade para uma família. E é, sempre, uma fase de adaptação para todos. Ainda no útero, o bebé está atento aos sons (vozes, bater do coração da mãe, música...), aos movimentos... Embora, lá está, de uma maneira diferente. Quando nasce, é como se tudo fosse "amplificado"... De repente, vê-se num ambiente onde já não está "limitado" a uma dada posição, em que os sons, alguns já familiares, são ouvidos de forma diferente... a luz, as formas, as faces... os cheiros... o toque...Todos os seus sentidos parece que são "bombardeados" com nova informação, o que para alguns bebés pode ser francamente perturbador. Às vezes temos a tendência de nos esquecer disto, de quanto a imensidão de todo um mundo novo pode ser "confusa" para um bebé recém-nascido. E dentro das suas "armas" e "ferramentas", surge o choro... que pode ser não mais do que uma forma de comunicar, mas em diversos sentidos! Estou confuso... estou com frio... estou com calor... sinto-me desconfortável... tenho fome... sinto falta de...

Não há que pensar que o recém-nascido fica simplesmente ali, deitado, à espera... sem se aperceber do que o rodeia. Não, o recém-nascido nasce com um conjunto de "aptidões" que se destinam a assegurar a sua sobrevivência, e a progredir no seu desenvolvimento. Tem os chamados reflexos primitivos, por exemplo, e um deles é bem conhecido. O reflexo de Moro, em que o bebé abre repentinamente os braços e as mãos quando existe um movimento de queda brusca da cabeça em relação ao tronco (no exame de um recém-nascido é um dos reflexos que se procura). Tem ainda, por exemplo, outro reflexo, de sucção perante qualquer objeto que se aproxime da boca/bochecha... o que, convenhamos, é mesmo uma questão de sobrevivência! Os reflexos primitivos estão assim presentes ao nascimento, mas tendem a desaparecer até aos 3-6 meses de vida, altura em que o bebé está noutra fase de progressão do seu desenvolvimento.

Outra questão é em relação à visão. O recém-nascido vê - tanto é assim, que é de esperar que consiga fixar por momentos a face humana a 30 cm. Não vê é com a definição com que a criança mais velha ou adulto vêem, mas também essa competência se vai desenvolvendo.

Por tudo isto, é muito importante que tenhamos estas considerações em conta quando procuramos interagir com o nosso bebé recém-nascido - evitar ambientes de hiperestimulação, com muitas luzes, sons altos, muitas vozes altas... esses ambientes podem ser verdadeiramente perturbadores para o recém-nascido. E nós, adultos, nem damos conta. Tal como é importante manter alguma familiaridade com estímulos que o bebé já reconhece, a voz suave da mãe, do pai, dos irmãos... a música suave e calma... o embalar gentil... o encostar ao peito para o sentir do calor, do cheiro, do batimento cardíaco...

É, sem dúvida, todo um mundo novo. E é todo um conhecimento e reconhecimento entre os pais, e o seu bebé recém-nascido. Com paciência, calma, e acima de tudo, amor.




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