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Foto do escritorAlexandra Luz

Com um "friozinho" na barriga...


E nestes dias chegámos ao final de uma semana de balanço... de uma semana em que tantas e tantas crianças começaram ou recomeçaram a frequentar a escola. A semana pela qual as famílias tanto ansiavam, por um lado, e tanto temiam, por outro. O instinto que leva os pais a procurarem proteger o melhor possível os seus filhos tem destas coisas, gera sentimentos contraditórios, insegurança, e mesmo... medo. Sim, medo. Não temos como lhe chamar outra coisa. A verdade é que todos fomos confrontados com uma "ameaça" que a grande maioria de nós nunca pensou que pudesse existir, pelo menos na forma e no contexto como esta se apresenta. Olhamos para trás, e quase parece que fomos selecionados para um casting de filme de ficção científica de série B... mas não se trata de nenhum filme. Nem de nenhuma brincadeira de mau gosto que aquele amigo que gosta dessas coisas nos fez. Trata-se de verdadeira ameaça à sociedade em que vivemos, às nossas famílias e às pessoas de quem mais gostamos, e até a nós próprios. E tem um nome - COVID-19.

Há alguns meses atrás, passámos por uma dura prova de fogo. Enquanto sociedade, fomos "obrigados" a alterar por completo o nosso estilo de vida, a ajustar e reajustar papéis. Fomos privados de de algo que a maioria sempre tomou como garantido - da liberdade de podermos fazer coisas tão simples como sair de casa sem destino certo, conviver com os nossos amigos e familiares, deixar as nossas crianças tranquilamente nas suas escolas ou outros estabelecimentos. Fomos "forçados" a permanecer o máximo de tempo possível dentro de casa, sendo que alguns agregados familiares se viram separados durante semanas, em prol de um bem maior. E, durante um certo tempo, após estes sacrifícios que nos foram exigidos a todos, um pequeno sabor a "dever cumprido" permaneceu, pelo menos durante o verão. Verão que seria o tempo dos preparativos para que, por exemplo, o regresso à escola se processasse dentro da maior normalidade e segurança possíveis. Contudo, aos pais parecia que a informação tardava em chegar, a que chegava por vezes era contraditória, confusa... e neste mundo carregado de tecnologia que facilmente nos permite aceder a informação, o instinto é procurar, é pesquisar, é opinar... e torna-se difícil filtrar aquilo que é informação boa e credível, daquilo que é simplesmente desinformação, que é claramente prejudicial. Porque quando perante uma ameaça séria, o instinto básico é a auto-defesa (e defesa dos que amamos), e existe uma certa "irracionalidade" quando falamos de instintos básicos.

Já percebemos que situação não vai, simplesmente, "passar como se nada fosse". Nem tão cedo como seria desejável. Já percebemos que esta situação, mesmo que não nos ameace assim tão diretamente enquanto adultos saudáveis ameaça claramente pessoas de quem gostamos - pais, avós... familiares com problemas de saúde que os colocam em risco... Já percebemos que as nossas atitudes individuais acarretam uma responsabilidade para com a sociedade em geral - o usar máscara sempre que possível conforme as recomendações, o manter o distanciamento físico, o evitar aglomerados... estamos verdadeiramente perante uma situação em que aquilo que nós fazemos tem impacto na vida (ou morte!) dos outros. E está na altura de deixarmos para trás o egocentrismo, e todos contribuirmos para aumentar a probabilidade de o menor número de pessoas morrer nesta verdadeira crise. Não é tempo para falarmos de teorias de conspiração, ou de fingir que não é nada, mas também não o é de entrar em pânico e remar cada um para o seu lado. Sigamos as recomendações que os organismos oficiais nos vão dando (e se poderão mudar dentro de horas ou dias? Sim, porque perante algo novo, o conhecimento científico também tem de ir evoluindo) e zelemos uns pelos outros. Porque só funcionando JUNTOS é que vamos ficar bem.

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