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Piolhos – enfrentar esta “dor de cabeça” com sucesso!

Se há algo que os pais não querem ver nas suas crianças, essa coisa são os piolhos. Estes pequenos insetos parasitas podem causar desconforto e preocupação, e ser uma verdadeira dor de cabeça, mas entender o que são, como se transmitem e como tratá-los pode ajudar a lidar com esta “praga” de forma eficaz.

 

É isso que vos proponho ao longo das próximas linhas. Vamos aprender mais sobre os piolhos?

 

O que são os piolhos?


Os piolhos são pequenos insetos parasitas que se alimentam do sangue humano. Eles geralmente infestam o couro cabeludo, e têm uma predileção especial pelas zonas atrás das orelhas e perto da nuca. Existem três tipos principais de piolhos que afetam os seres humanos: o piolho da cabeça, o piolho do corpo e o piolho púbico. No contexto infantil, os piolhos da cabeça são os mais habituais.

Os piolhos fêmea são capazes de deixar ovos, que se chamam lêndeas.

 


Como se “apanham” os piolhos?

 

A transmissão dos piolhos geralmente ocorre através do contato direto com uma pessoa infestada. Isto pode acontecer quando as crianças brincam próximas umas das outras, partilham escovas de cabelo, chapéus, roupas de cama ou toalhas contaminadas. Os piolhos não saltam nem voam, o que significa que é preciso haver contato direto para que a infestação ocorra.

 

Vamos esclarecer alguns mitos que ainda circulam relativamente aos piolhos?

 

1.     Os piolhos só surgem em pessoas com má higiene: Isto é FALSO. Os piolhos não discriminam com base na higiene. Eles podem infestar qualquer pessoa, independentemente de quão limpa esteja sua cabeça.

2.     Os piolhos saltam de uma cabeça para outra: Novamente, FALSO. Os piolhos não têm a capacidade de saltar ou voar (só os super-heróis fazem isso!). Eles transmitem-se apenas se houver contato direto.

3.     As crianças que têm piolhos não podem ir à escola: Isto também é FALSO. As crianças não devem ser afastadas da escola, nem existe essa necessidade. O que é necessário é que a criança faça o tratamento adequado, para reduzir a possibilidade de transmissão.

 

Como saber se o meu filho tem piolhos?


Muitas das crianças que têm piolhos podem não ter nenhum sintoma da infestação. Seja como for, quando existem sintomas, os mais frequentes são a comichão na cabeça, ou sinais de irritação da pele do couro cabeludo. Estas manifestações são causadas pela reação da pele ao contacto com a saliva dos piolhos, que é um irritante.

Não é preciso nenhum “teste” ou “exame” para saber se a criança tem piolhos, basta a visualização dos mesmos na cabeça da criança. Atenção que a presença de lêndeas (na ausência de piolhos, por exemplo após um tratamento) não significa que o tratamento falhou, pois os ovos mortos podem permanecer “agarrados” ao cabelo durante vários meses.

 

Como devo tratar o meu filho se encontrar piolhos?

 

Se detetar a presença de piolhos, é importante começar o tratamento imediatamente para evitar que se espalhem para outras pessoas. Existem várias opções de tratamento disponíveis, incluindo shampoos e loções específicos para piolhos que podem ser adquiridos sem receita médica. É fundamental seguir cuidadosamente as instruções do produto que está a ser usado e garantir que todo o cabelo seja tratado. Uma recomendação muito importante é a de fazer duas aplicações do produto, sendo que a primeira vai matar os piolhos presentes na altura, e a segunda (idealmente 7 a 14 dias depois) vai matar os que, entretanto, nasceram dos ovos.



Globalmente temos três tipos de métodos usados para “matar” os piolhos:

1.     Métodos tópicos químicos (os shampoos, loções, cremes...) – inseticidas como a permetrina e as piretrinas – Nix(R), OTC antipiolhos(R)...

2.     Métodos físicos

a.     Remoção mecânica com pente: geralmente usados como complemento de outros tratamentos, são muito úteis na remoção das lêndeas;

b.     Efeito osmótico: produtos que não contém inseticida, causando a morte por asfixia. É o exemplo do dimeticone e aparentados – Paranix(R), Neo Quitoso(R), Fullmarks(R), STOP piolhos(R)...

c.     Exsicação: aplicação de temperaturas elevadas, através de ar aquecido. É a metodologia usada por algumas clínicas de tratamento de piolhos, como a Kids & Nits(R)...

d.     Eletrocussão: através de aparelhos eletrónicos

3.     Tratamentos alternativos (vaselina, óleos vegetais ou minerais) – não são eficazes pois não matam os piolhos. É preciso ter especial atenção a alguns produtos vendidos em ervanárias e semelhantes, que poderão não ser seguros pois não são controlados.

 

Seja qual for o método escolhido, é essencial que se respeite as indicações fornecidas para uma aplicação correta, e ter em atenção no caso de populações específicas (grávidas, bebés com menos de um ano...).

Além disso, é fundamental lavar cuidadosamente a alta temperatura todos os objetos que possam ter sido contaminados, como roupas de cama, toalhas, pentes e escovas de cabelo (inclusive os que tenham tido contacto até dois dias antes com a criança). Isso vai ajudar a evitar a reinfestação. Uma alternativa para objetos que não possam ser lavados é colocá-los dentro de um saco de plástico fechado durante uma semana.

 

Quem deve ser tratado no caso dos contactantes com crianças que têm piolhos?

 

É recomendável que os conviventes e contactantes próximos da criança infestada também sejam examinados em busca de piolhos. Se forem encontrados piolhos, o tratamento deve ser iniciado imediatamente para evitar que se espalhem ainda mais. Não está indicado o tratamento “preventivo” para evitar as infestações de crianças nas quais não sejam detetados piolhos.

 

E quando já se fizeram múltiplos tratamentos e os piolhos continuam a aparecer?

 

Existem várias causas para o insucesso dos tratamentos, a mais frequente sendo a aplicação incorreta dos produtos, ou a não repetição da aplicação cerca de uma semana depois. Existem ainda situações de piolhos resistentes aos produtos usados. Quando tudo o mais falha, está na altura de falar com o seu médico assistente, para avaliar qual a opção mais adequada para a sua criança.

 

Em jeito de conclusão, os piolhos podem ser uma grande inconveniência, mas com tratamento adequado e vigilância apertada, é possível lidar eficazmente com eles. Por isso, nada de desesperar!

Deixo-vos com algumas referências úteis na internet sobre piolhos, que podem consultar para mais informação:

 

Página da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia sobre pediculose do couro cabeludo https://www.spdv.pt/op/document/?co=191&h=e56e4&in=1

 

Página do Portal Criança e Família da Sociedade Portuguesa de Pediatria “Os piolhos e as crianças” http://criancaefamilia.spp.pt/doencas-comuns-e-outros-problemas/os-piolhos-e-as-crianças.aspx

 

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